“POUPAR PARA O FUTURO”
As projeções indicam que no
futuro as famílias serão menores, em função da redução da fecundidade, os
brasileiros viverão mais tempo e a conta/equação entre vida longeva com
qualidade e autossustentabilidade poderá não fechar. Isso significa dizer que,
teremos menos jovens e mais idosos, o que aumentará a proporção de pessoas
inativas, em relação ao número de ativos. Como consequência, a pirâmide etária
deverá ser alterada, como ocorre no Japão, que tem mais gente em período de aposentadoria
do que trabalhando. O teto do INSS poderá reduzir e a idade para começar a
receber o benefício poderá aumentar ainda mais. As consequências são muitas e
as pessoas terão que fazer um planejamento familiar. Diminuindo o benefício que
as pessoas tem do governo, elas terão que poupar mais para manter o padrão de
vida atual, de modo a garantir uma aposentadoria mais confortável. Mas a tarefa
de poupar mais, nem sempre é algo tão simples.
Depende de vários fatores,
inclusive da idade de cada pessoa que estiver no momento. Por isso, o processo de educação financeira,
de quem está começando, terá que iniciar mais cedo. Inserir a poupança para a
aposentaria no planejamento financeiro familiar pode vir a ser um dos maiores
desafios para as próximas gerações. Como o poder aquisitivo do brasileiro é
baixo, a sua prioridade é lutar pela sobrevivência. Além disso, há uma falta de
cultura do brasileiro de poupar, quando há sobra de recursos. As pessoas quando
conseguem uma melhoria de vida, já pensam logo em consumir. Todavia, as pessoas
terão que aprender a consumir menos supérfluo e poupar mais. As estatísticas revelam
que se as pessoas começam a economizar cedo, em torno dos 25 anos, e aplicar
10% do que recebe para a aposentadoria vai chegar aos 65 anos com uma média de cerca
de nove salários anuais, dependendo do tipo de aplicação e da taxa de juro real.
O aspecto psicológico também é importante.
Não é investir o que sobrar.
Primeiro é verificar o quanto precisa poupar e depois viver com o que sobrar.
Outra forma de se proteger, por meio de um planejamento familiar, é combinar um
plano de previdência com um seguro de vida, que garanta renda até em casos de
doenças graves (AVC, Câncer, Alzheimer).
Para adquirir o hábito de poupar, desde de jovem, é importante ter
disciplina e, acima de tudo, fazer gestão do dinheiro, evitando se deixar levar
pelo impulso das compras não planejadas. Esse processo exige uma grande força
de vontade, para atingir os objetivos pessoais. Todos estamos expostos a
imprevistos, como doenças, acidentes, mudanças na economia e até perda de
emprego. Mas em qualquer uma dessas situações, é importante ter uma poupança/reserva
para emergência, que ajudará a enfrentar esses imprevistos, sem desiquilibrar
as finanças pessoais e sem se endividar desnecessariamente, de modo a desfrutar
de um futuro econômico saudável.
Carla Sá Leitão e Léo Barbosa –
Sócios da Sá Leitão Auditores e Consultores.
PUBLICADO NA FOLHA DE PERNAMBUCO EM
21.09.2022