"ORÇAMENTO EMPRESARIAL EM TEMPO DE CRISE"

É consenso que o Brasil atravessa uma das suas maiores crises econômica e política. Também, não se discute que essa crise, agravada com o descontrole das contas públicas e as denúncias de corrupção na Petrobrás, somente será superada se duras medidas forem tomadas pelo Governo Federal. Para piorar, mesmo se o Presidente em Exercício e sua equipe econômica fizerem a sua "tarefa de casa", a retomada do crescimento econômico levará muitos meses até ser percebida pela população, independentemente de quem esteja ocupando o Palácio do Planalto. É nesse cenário que as empresas brasileiras tentam sobreviver honrando seus compromissos sociais, com os governos e, finalmente, remunerando seus sócios. As dificuldades financeiras tornaram-se tão expressivas que decisões que envolvem pequenos gastos transformam-se em grandes discussões internas.

Nesse ambiente de negócios, equacionar a redução de custo com a manutenção ou o aumento da rentabilidade, certamente, é o maior desafio das empresas. A tomada de decisão "às cegas", sem ter o mínimo de segurança, pode se tornar uma armadilha muitas vezes com consequências irremediáveis. Uma das melhores ferramentas, para que o empresário não seja pego de surpresa e veja a sua empresa em uma situação de insolvência financeira, é gerir o seu negócio, utilizando o Orçamento Empresarial (OE) como uma das bases para a tomada de decisão. O OE é um importante meio de planejamento estratégico, pelo qual é possível estimar receitas e despesas futuras. Em tempo de crise, estimar fluxos de caixa futuros e promover medidas corretivas, de forma antecipada, pode ser um determinante para a sobrevivência das empresas.

Contudo, apesar de envolver pequeno investimento financeiro para viabilizá-lo, a implantação do OE requer grande esforço, principalmente, da alta gestão das empresas. Para dar certo, além do comprometimento e do envolvimento de funcionários dos setores comercial, financeiro, industrial e contábil, por exemplo, o OE exige uma alteração radical na rotina dos administradores, provocando uma verdadeira mudança de cultura. Na dinâmica empresarial, principalmente, em meio a uma crise de grandes proporções, é comum os gestores tomarem decisões precipitadas, que podem vir a prejudicar ainda mais a saúde financeira do seu negócio.

O acompanhamento mensal, do que foi previsto e realizado, por meio de um OE, juntamente com a assessoria de profissionais qualificados, pode ajudar a superar mais essa turbulência. Por isso, pense nisso.

Bruno Leonardo Barbosa e Cláudio Sá Leitão - Sócios da Sá Leitão Auditores e Consultores.

PUBLICADO NO JORNAL FOLHA DE PERNAMBUCO EM 31.05.2016.