“QUANTO TEMPO VIVEREMOS”

Estamos vivendo cada vez mais. Esse processo de envelhecimento populacional é intenso e contínuo, pois os avanços tecnológicos na medicina e sociais são inúmeros, proporcionando as pessoas acesso a diagnósticos precisos, a tratamentos médicos eficazes e um maior conforto na velhice. Tudo isso ajuda a prolongar a vida dos mais velhos. Mesmo assim, a maior incerteza relevante que temos da vida é saber quanto o tempo viveremos. Essa incerteza traz implicações importantes em nosso planejamento financeiro, uma vez que não sabemos se teremos recursos financeiros suficientes para manter o nosso estilo/padrão de vida na aposentadoria. Àqueles que possuem previdência complementar também estão sujeitos a riscos, pois o prolongamento do envelhecimento da população tem sido uma das grandes preocupações dos fundos de pensão. Por isso, apostar no bem-estar financeiro de uma aposentadoria representa um risco de crédito. Mas o que fazer para reduzir esse risco e garantir que estamos tomando as medidas adequadas para garantir uma aposentadoria? A resposta é planejar o futuro, o que não é tarefa fácil. O planejamento de longo prazo é de fundamental importância para maximizar os benefícios futuros e reduzir os riscos. O melhor conselho para um planejamento a longo prazo é trabalhar por mais tempo e aumentar o valor investido, à medida que a pessoa economiza, diversificando os investimentos, de forma a balancear os riscos. Ao decidir onde investir, é importante que os produtos escolhidos sejam compatíveis com as suas necessidades e finalidades. É preciso avaliar a perspectiva do ciclo de vida, a sua tolerância ao risco e a necessidade e época de utilização desses recursos no futuro. E, ainda, ao investir para o longo prazo, você deve rever os seus objetivos para avaliar se eles não serão expostos a riscos. Cautela e paciência são atributos fundamentais, para que as decisões de permanência ou mudança de um determinado investimento, sejam tomadas de forma consciente. É claro que a escolha de um melhor investimento, tende a acontecer com a orientação e a supervisão de quem entende do assunto, capaz de discutir com profundidade as opções disponíveis, de modo a atender os interesses do investidor. Afinal, decidir o que fazer com o futuro do seu patrimônio, conquistado com tanto esforço, só pode ser entregue a profissionais especializados, sob o risco de cair nas armadilhas dos imprudentes. Independentemente da nossa preparação da melhor maneira possível para o futuro, tanto pessoal, quanto financeiramente, e tendo em vista que o tempo é o bem mais precioso que temos, o que importa é dedicar hoje uma parcela maior da nossa vida executando aquilo que mais gostamos de fazer, pois não sabemos quanto tempo viveremos.

Cláudio Sá Leitão – Conselheiro pelo IBGC e Sócio da Sá Leitão Auditores e Consultores.

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL DO COMMERCIO EM 04.05.2019