“ÉTICA COMO UMA DAS PRIORIDADES CORPORATIVAS”
Desde muito cedo, nos damos conta
que a vida em sociedade se equilibra em uma série de leis e que todos
percorremos uma estrada de mão dupla, como se fosse o balanço contábil de uma empresa,
onde em um dos lados estão os direitos (ativo) e no outro as obrigações (passivo).
Todos esses direitos e obrigações disciplinam e orientam o comportamento humano
por meio da “ética”, cuja origem vem da palavra grega “ethos”, de apenas cinco letras, que significa caráter, costumes. Atualmente,
a palavra “ética” está relacionada com a moral e está presente nos bons
costumes, em nosso comportamento e na boa-fé. No que se refere a “ética” no
trabalho, esta tem uma importância fundamental no exercício da profissão, na
ação de fazer e de agir. O que fazer diz respeito a competência, a eficiência e
a eficácia no exercício da profissão. O agir está relacionado as atitudes a
serem tomadas na execução da atividade. A maioria das profissões possuem o seu
próprio código de ética profissional, que indica como a pessoa deve se
comportar no âmbito da sua especialidade. Faz parte do código de qualquer
profissão um conjunto de normas para cumprimento obrigatório, cujos princípios
éticos passam a ter força de lei. Na prática, quando falamos em uma pessoa
ética, queremos ressaltar a honestidade, a moral e o bom caráter do indivíduo.
Nas empresas, o código de ética, também, chamado de código de conduta,
tornou-se um quesito de boas práticas. Esse código é uma reciprocidade de
obrigações dos empregados para com as empresas e vice-versa. Sendo um documento
de linguagem simples e objetiva, voltado para criar um clima de maior confiança
e de melhor relacionamento, também, serve para melhorar o ambiente de trabalho.
Além disso, deve abordar, entre outras preocupações, o cumprimento das leis, os
conflitos de interesse, a proteção ao patrimônio da empresa, a transparência
nas comunicações internas e com as partes interessadas no negócio (clientes, fornecedores,
prestadores de serviços), bem como combater a prática de suborno e corrupção,
os assédios moral e sexual, as violações aos direitos humanos e do trabalho,
entre outros. Não precisa ser um documento extenso, basta que ele contenha basicamente
os assuntos de interesse da empresa. A sua principal finalidade é a de
disciplinar o modo como cada um deve lidar com esses temas, no dia a dia, sendo
indispensável a participação dos funcionários da empresa. Atualmente há uma
pressão da sociedade para que as empresas sejam mais transparentes e corretas.
As empresas que não se esforçarem para fazer a união entre a “ética” e as boas
práticas de governança, mais cedo ou tarde, serão envolvidas por grandes
crises. As que cometerem erros muito graves desaparecerão. As demais amargarão
longos períodos de dificuldades. Os valores éticos são a fonte da acumulação de
forças indispensáveis para a entrada em um novo período em que práticas escusas
sejam rechaçadas e contrapostas por outras saudáveis e úteis a sociedade. As empresas
que adotarem padrões de conduta ética, como prioridade corporativa, se
beneficiarão pela elevação da sua reputação, do fortalecimento da sua marca, da
ampliação dos seus produtos e serviços, tornando-as mais atraentes e
valorizadas.
Cláudio Sá Leitão – Conselheiro pelo IBGC e Sócio da Sá Leitão Auditores e Consultores.
PUBLICADO NO JORNAL DIARIO DE PERNAMBUCO EM 15.02.2019