“CINCO “C” PARA A FUTURA GERAÇÃO”
Mantendo o estilo de artigos escritos anteriormente para
este JC, relacionados com o tema da “continuidade dos negócios empresariais”, onde
destaco o pensamento e o estilo do seu conteúdo, sob cinco aspectos iniciados por
uma mesma letra do alfabeto, apresento os principais fatores que impactam na
formação da futura geração de líderes. Naturalmente que esses fatores estão
influenciados pelas experiências que tive, ao longo da minha carreira
profissional, e pelo entendimento de que a continuidade do sucesso empresarial depende
muito da próxima geração. Alcançar a posição de líder empresarial é tarefa
árdua. Para tanto, alguns fatores essenciais têm que ser observados, sendo que os
cinco considerados mais importantes começam com a letra “C” (a ordem não tem importância): (1)
Conhecimento, (2) Comunicação, (3) Clareza, (4) Confiança e (5) Comprometimento.
É fator primordial que a futura geração obtenha o máximo de “Conhecimento”
sobre a cultura empresarial, com base na experiência passada para poder
explorar e vencer as adversidades e alcançar o crescimento. Quando o assunto é “Comunicação”,
espera-se que o diálogo seja ferramenta fundamental para manter o respeito
mútuo e a confiança. Se um determinado procedimento não vem sendo adotado, mude
a forma de apresentar o assunto, pois, certamente, você não se comunicou de
forma eficiente. Quando não há “Clareza” na definição das atribuições e das
responsabilidades na condução da gestão, a governança na empresa familiar não é
eficaz e trava o processo de sucessão, pois os envolvidos são parentes e muitas
vezes as emoções se fazem presentes. Sempre ouvimos que a “Confiança” não se
compra e nem se transfere, mas se adquire e conquista com o tempo. E como esta
anda junto com a credibilidade, a geração vindoura tem que mostrar o seu valor e não confiar apenas por ser
filho(a) do(a) proprietário(a). Na maioria dos casos, a melhor forma de
conseguir a confiança é adquirir primeiro experiência fora da empresa familiar.
Demonstre simplicidade e ouça as pessoas, não esquecendo de mostrar que tem
energia e gosta do trabalho que faz. Por fim, um fator que funciona nos dois
sentidos, onde a empresa precisa assumir um compromisso de longo prazo com o
desenvolvimento da próxima geração e esta se obriga a retribuir com a disposição
e com o “Comprometimento” de investir o seu tempo para dedicar-se ao negócio. Em
vista disso, pode-se dizer que o sucesso na transição de gerações será
consequência da aplicação desses fatores, junto com a capacidade de manter um
equilíbrio entre as necessidades da empresa e da família. Ao passo que, a não
observância desses aspectos, poderá comprometer a futura geração e levar o
processo de sucessão a tornar-se um risco para a continuidade dos negócios
empresariais.
Cláudio Sá Leitão - Conselheiro pelo IBGC e sócio da Sá Leitão Auditores e Consultores.
PUBLICADO NO JORNAL DO COMMERCIO EM 27.11.2018