“ESG/ASG E A PERPERPETUIDADE DAS COMPANHIAS”
A classe empresarial internacional
já tem conhecimento de que a agenda ESG (Environmental, Social and Governance),
que traduzindo para o português, ASG, (Ambiental, Social e Governança), trata-se
de um tema fundamental para a sustentabilidade dos negócios. A adoção de boas
práticas ambientais, sociais e de governança vem impactando no valor de mercado
das companhias (cias) em todo mundo, notadamente no continente europeu. Os
fundos internacionais e brasileiros têm adotado o procedimento, dentro dos seus
parâmetros de análise de risco, de realizar uma avaliação prévia naquelas cias.
em que pretendem realizar investimentos (em especial ações, créditos privados e
private equity), dando preferência àquelas que utilizam os critérios ESG/ASG. Dentre
os três componentes da agenda ESG/ASG, a governança vem sendo o princípio mais
adotado pelas cias brasileiras.
Outras exigências vêm sendo efetuadas, no que
diz respeito à transparência, à qualidade das informações e à aplicação/utilização
de normas de sustentação. Entretanto, a falta de transparência na divulgação dos
dados pode dificultar nas decisões a serem tomadas pelos investidores. Na área
ambiental, por exemplo, o setor de saneamento é um dos segmentos que tem mais
afinidade com a sigla ESG, pois o fornecimento de água e o tratamento de
esgotos tem impactos relevantes sobre o meio ambiente, a saúde da população e o
desenvolvimento econômico. Sem considerar que a segurança hídrica é muito importante,
pois milhões de brasileiros não tem acesso a água tratada, aliado a um
desperdício enorme, havendo a necessidade de mecanismos que reduzam a perda e
propiciem um melhor aproveitamento da água. Nesse sentido, faz-se necessário um
maior alinhamento entre os setores público e privado na definição das
prioridades sobre a questão ambiental, independente das questões políticas ou
partidárias.
No aspecto social, as cias. terão dificuldades em obter uma
posição de destaque no mercado, se não impactarem positivamente na sua área de
atuação, promovendo a geração de mais empregos e de melhoramentos nas condições
sociais. Daqui por diante, novas regulamentações passarão a ser exigidas e
adotadas pelas cias. Não será surpresa, se começarem a exigir a apresentação da
sigla ESG/ASG nos rótulos ou nas embalagens dos produtos fabricados, uma vez
que o mercado e os consumidores se tornarão mais seletivos, no que tange a um melhor
conhecimento da marca e sobre a qualidade do produto que está comprando. Para
tanto, as cias. deverão obrigatoriamente
se aprofundar na busca de novidades mundiais na área de sustentabilidade.
Portanto, fica evidente a grande relevância do tema ESG/ASG para as cias. haja vista o seu envolvimento com as questões
complexas e cada vez mais estratégicas para a perenidade dos negócios e, em
conexão, com uma economia de baixo carbono, em busca de um desenvolvimento
sustentável.
Carla e Cláudio Sá Leitão – Sócios
da Sá Leitão Auditores e Consultores.
PUBLICADO NO JORNAL FOLHA DE PERNAMBUCO EM 22.09.2021