“VACINAÇÃO SALVA VIDAS E A ECONOMIA”
Não precisa ser um especialista para concluir
que as escapadas ao isolamento e o desrespeito ao distanciamento social, contribuíram,
de forma significativa, para que o número de mortes no mundo por covid-19 ultrapassasse
os dois milhões de pessoas. Vivemos uma das piores crises na saúde pública, desde
a epidemia de gripe espanhola no início do século XX. Os efeitos são devastadores
nas pessoas e na economia brasileira, assim como nos demais países afetados.
Apesar do começo tardio e vagaroso do programa de vacinações, a sociedade brasileira
já pode sonhar com dias melhores e a classe empresarial vislumbrar um retorno
do crescimento para a nossa economia. É fundamental prover os recursos
necessários para acelerar o processo de vacinação contra o coronavírus e a
imunização das pessoas, a fim de que as empresas retomem as vendas e os
empregos voltem a crescer. Obviamente que os efeitos da vacinação não são
imediatos. Há de se esperar um período de pelo menos 90 dias do início da
vacinação (sem considerar a 2a dose), para observar a
diminuição do número de casos e começar a liberar as pessoas para realizarem
suas atividades com segurança e tranquilidade. Portanto, a vacinação não
acabará com a pandemia como num passe de mágica. Ainda teremos que continuar mantendo
o distanciamento social, o uso de máscaras e a higienização do corpo e dos
ambientes. Todavia, o rimo lento em que se encontra o processo de imunização da
população brasileira, joga um balde de água fria na esperança por uma retomada
da nossa rotina pessoal e profissional. O Brasil está no final da fila na
comparação com dezenas de países que já vacinaram milhões de seus cidadãos. O atraso
na vacinação impacta, de forma relevante, o desempenho da economia, pois a
imunização tardia pode fazer com que os investidores estrangeiros optem por
outros países, onde o isolamento social esteja de fato mais perto do fim. Os números revelam que os países que foram
mais rápidos e eficientes em controlar a pandemia são os que tem apresentado
melhor desempenho econômico. Não é difícil perceber. Da mesma forma que a
vacina protege o corpo, protege também a economia. Sem funcionário, não há produção.
E do mesmo jeito que a Covid-19 compromete várias funções do nosso organismo, pode
se dizer também que os mais diversos setores econômicos são afetados.
Inclusive, está na hora de intensificar as campanhas que promovam a
conscientização das pessoas, no que diz respeito à segurança e à eficácia das
vacinas. Em suma, a retomada da atividade econômica brasileira em 2021 está
condicionada a recuperação dos estragos provocados pela pandemia do novo
coronavírus, a qual está diretamente relacionada ao sucesso da campanha
nacional de vacinação em massa da população. Não há outra saída. A vacina tem o
poder de salvar vidas e a economia.
Cláudio Sá Leitão e Luís Henrique Cunha -
Sócios da Sá Leitão Auditores e Consultores.
PUBLICADO NO JORNAL FOLHA DE PERNAMBUCO EM 04.02.2021