“PRESENTE PENSANDO NO FUTURO”
Há vários ditos populares que fazem referência
ao presente e ao futuro, cada um com a sua interpretação específica. Particularmente,
tenho predileção por dois deles, um que diz: “Aprenda a viver o presente, pois
se o futuro é um sonho, para que me preocupar com ele” e o outro: “O futuro é
uma página em branco, que começa a ser desenhada no presente”. Acerca dessa
temática, temos observado que, nos últimos anos, a expectativa de vida da
população vem aumentando. Isso porque os brasileiros, principalmente os de
classe média alta, vêm direcionando parte significativa de seus recursos com os
cuidados da saúde. A partir de uma boa alimentação, exercícios físicos, acompanhamento
médico e uma certa dose de predisposição genética, pode ser possível chegar aos
85 a 90 anos tranquilamente, se não houver algum acidente durante o percurso. Junto
com a expectativa de vida maior, vem os desafios com a aposentadoria que, em
muitos casos, pode durar pelo menos uns 20 anos. E aí vem a pergunta: Como os
vencimentos de um aposentado não são suficientes para manter o “padrão, o que
fazer? Alguns continuarão trabalhando no mesmo ritmo até morrer, outros
mendigarão pelo apoio dos filhos ou de parentes próximos (é bom que eles sejam
avisados desse plano). Porém, uma pequena parcela desfrutará dos recursos
acumulados no período de trabalho, seja sob a forma de poupança, de previdência
privada ou de outros investimentos (imóveis, ações, etc.). Investir é aplicar o
dinheiro que rende juros ou outras formas de ganho de capital. Há uma
infinidade de opções: ações, debêntures, fundos de investimento, títulos
públicos, CDB, LCA e LCI, etc. Normalmente, as aplicações financeiras isentas
de IR são as queridinhas da grande maioria de investidores. Entretanto, se o
investimento trouxer retorno maior do que produtos de risco equivalente, em
cenário de taxa Selic baixa e de inflação controlada, melhor ainda. É nessa
onda que surfam os fundos lastreados em debentures incentivadas. Cada tipo de
investimento possui as suas características e riscos. Naquela fase pós-aposentadoria,
em que a qualidade de vida piora, com o inevitável declínio físico e com o
aperto na renda, o valor que havia sido poupado, para a manutenção do
bem-estar, termina sendo utilizado para equilibrar as finanças pessoais. Como o
envelhecimento é fato inexorável para todos (exceto para os que já partiram
mais cedo), este pode ser mais doloroso, para os que não tem o conforto
familiar ou que não conseguem prover seu sustento na melhor idade. Portanto, o
esforço para poupar no presente, pode ser o fator decisivo para um futuro
digno. Neste momento, oportuno, em que mais um ano chega ao fim, acendemos o
alerta para boa parte da população que caminha para a terceira idade e finalizo
com mais um dito popular: “Quem poupa, negocia o prazer do presente, com a
segurança do futuro”.
Cláudio José Sá Leitão – Conselheiro pelo IBGC
e CEO da Sá Leitão Auditores e Consultores.
PUBLICADO NO JORNAL DO COMMERCIO EM 14.12.2019