“A ESCOLHA DE UM SÓCIO”

Geralmente uma sociedade é constituída ou adquirida quando um ou mais empreendedores, pessoas físicas ou jurídicas, decidem iniciar uma nova atividade econômica ou comprar algum empreendimento que já está em funcionamento. Os empreendedores podem ser irmãos, primos e amigos de infância, colegas de faculdade ou até de profissão, que decidem terem juntos, plenas condições de desenvolver, com sucesso, um novo desafio empresarial. Não existe receita para a escolha de um sócio, mas é importante procurar um sócio que agregue valor ao negócio. Quem procura um sócio, quer alguém que o complemente, que tenha objetivos em comum, que juntos sejam mais fortes e que possam ter uma relação harmoniosa e duradoura. Assim, é preciso conhecer bem a pessoa do seu sócio, a sua idoneidade e os valores que ele pode agregar, tais como a experiência no mercado, a motivação, a capacidade de trabalho e de capital para investir no empreendimento.

É preciso observar, também, que uma empresa é como um filho para seu fundador que impõe o seu estilo e a sua cara ao empreendimento. Nesse sentido, surgem questionamentos. Pode haver no empreendimento mais de um fundador e neste caso qual o estilo que deveria prevalecer? . Se ambos desejarem impor a sua maneira o que fazer nessa situação? ; Por isso, é imprescindível estabelecer um regramento contratual ou por meio de um acordo de sócios que defina bem as atribuições de cada um dos sócios, os valores aportados por cada um deles e os resultados a serem distribuídos ou reinvestidos.

É evidente que a sintonia , em relação a cada uma das questões aqui abordadas , não garantirá integralmente a certeza de que a sociedade dará certo, mas poderá minimizar bastante o risco de dar errado ou de evitar discussões litigiosas. Dependendo da situação, o sócio desejado pode ser um dos fundos de private equity, existentes no Brasil, que tem dinheiro, buscam sócios e desejam fazer investimentos. Ressalta-se que cada um desses fundos tem as suas particularidades e peculiaridades na filosofia, no perfil e no tamanho do aporte no capital da sociedade investida. Uns desejam a totalidade do capital, outros querem o controle e alguns desejam uma posição minoritária. Por isso, escolher bem o sócio, em qualquer circunstância, é mais do que meio caminho andado para o sucesso.

Naturalmente, é importante que os sócios estejam bem alinhados e conversem sempre que necessário estabelecendo uma agenda, dependendo da pauta, a fim de tratar de questões relevantes para avaliar as metas e os resultados obtidos , entre outros assuntos relacionados com os negócios, adotando sempre o bom senso e buscando a sinergia com vista a manutenção, o crescimento e a perpetuidade do empreendimento.

Cláudio José Sá Leitão – Sócio da Sá Leitão Auditores e Consultores.

PUBLICADO NO JORNAL DIÁRIO DE PERNAMBUCO EM 04.10.2013