“TRANSPARÊNCIA DAS INFORMAÇÕES”

Nos últimos 20 anos, a visão que se tinha dentro de uma companhia, quer aberta ou fechada, era a de que as suas informações somente interessavam aos acionistas não sendo elas importantes para o mercado. Naquela época, o empresário ficava com receio de disponibilizar os seus dados, principalmente para os clientes e fornecedores, uma vez que não viam vantagem em fornecer informações estratégicas da sua companhia para o público. Atualmente, tanto a companhia, quanto os acionistas, estão tanto interessados na qualidade e na quantidade de informações entregues ao mercado, sendo prática vigente, na maioria dos casos, o fornecimento de dados transparentes, detalhados e analíticos.

A partir da obrigatoriedade da adoção das normas internacionais de contabilidade (International Financial Reporting Standards - IFRS) para todas as sociedades (S.A. ou Ltda), aumentaram a transparência e a divulgação para as informações contábeis e financeiras que são entregues aos interessados, possibilitando a comparação das demonstrações contábeis publicadas no Brasil com as divulgadas no resto do mundo. Essa obrigatoriedade vem impulsionando a governança corporativa (GC) no Brasil e está melhorando a transparência e a padronização dos conceitos introduzidos pelo IFRS, bem como, também, a qualidade das informações. Essa evolução da comunicação da informação foi em decorrência do aperfeiçoamento dos princípios básicos (pilares) da GC que são: transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa. Esses pilares são indispensáveis ao sucesso do negócio a longo prazo, para qualquer que seja o tipo de atividade, sendo que a adoção de práticas de GC produz benefícios mais imediatos, ou seja, de curto prazo.

As informações prestadas ao mercado devem ser transparentes e concisas, de modo a facilitar, por exemplo, a concessão do crédito por parte dos bancos, uma vez que esta é a “matéria prima” dos analistas em geral. Quando essas informações forem prestadas corretamente ao público alvo, não haverá qualquer desgaste e desconfiança da companhia que forneceu os referidos dados.

Quando a companhia se encontrar em um processo de transação ou de reorganização societária (cisão, fusão, incorporação ou compra e venda) haverá mais rapidez e melhores resultados para todos os interessados , se esta estiver mais organizada e se as suas informações forem transparentes. Considerando, ainda, que a transparência é um instrumento utilizado para melhorar a imagem da companhia, a adoção dela em seus relacionamentos valoriza a sociedade. Portanto, sendo a transparência uma importante ferramenta de gestão, que visa primordialmente melhorar a qualidade das informações, é de fundamental importância fazer com que os pilares da GC tornem-se parte do dia a dia da companhia.

Claudio José Sá Leitão – Sócio da Sá Leitão Auditores e Consultores.

PUBLICADO NO JORNAL DIÁRIO DE PERNAMBUCO EM 09.09.2013